quarta-feira, julho 06, 2011

Só o que me interessa

Daqui desse momento
Do meu olhar pra fora
O mundo é só miragem
A sombra do futuro
A sobra do passado
Assombram a paisagem.

Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa.

Às vezes é um instante
A tarde faz silêncio
O vento sopra a meu favor
Às vezes eu pressinto e é como uma saudade
De um tempo que ainda não passou
Me traz o seu sossego
Atrasa o meu relógio
Acalma a minha pressa
Me dá sua palavra
Sussurra em meu ouvido
Só o que me interessa.

A lógica do vento
O caos do pensamento
A paz na solidão
A órbita do tempo
A pausa do retrato
A voz da intuição
A curva do universo
A fórmula do acaso
O alcance da promessa
O salto do desejo
O agora e o infinito
Só o que me interessa.

Lenine

terça-feira, junho 08, 2010

Três é demais!


Três é demais

Concordo três é demais!

Demais em amor, carinho, compreensão, filhos e em SER melhor.

Três filhos: Bia, Lipe e Gabi ... a última que fez a dupla ser trio

Que fez e fará de nós pessoas melhores;

Irmãos melhores;

Pais melhores;

Pessoas melhores.

Três é demais!

É força, alegria, satisfação, energia, é NÓS seres melhores.

Você, minha mais nova filha, que está fazendo dos seus irmãos mais responsáveis.

Você, minha mais nova princesa, que está fazendo de seus pais mais bobos ainda.

Três é bom demais!

Karynne Batista

Uma luz num mar de insensatez


O Diário do Nordeste publicou hoje o seguinte editorial. Um texto claro, objetivo, sem delongas nem receios:

“O governo federal começa a colher os primeiros frutos da recuperação da indústria naval, outrora estagnada, depois de promover a desativação dos principais estaleiros nacionais. Assim, transcorridos 20 anos sem qualquer encomenda de grande porte, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, preside hoje a solenidade de batismo e lançamento ao mar do primeiro navio petroleiro contratado pelo Programa de Modernização e Expansão da Frota, da Transpetro.

A embarcação, a ser batizada com o nome do marinheiro ‘João Cândido’, o Almirante Negro da Revolta contra a Chibata de 1910, tem 274 metros de comprimento e capacidade para transportar um milhão de barris de petróleo. Este petroleiro representa a melhor demonstração do acerto da política governamental de voltar as suas encomendas para o mercado naval interno, reativando a economia do setor.

O navio petroleiro ‘João Cândido’ foi construído no Estaleiro Atlântico Sul, situado em Ipojuca, em Pernambuco. O reaquecimento da indústria naval naquele Estado abriu um vasto leque de ofertas de encomendas desse porte pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, encarregada da logística do petróleo. Empreendimentos produtivos, tocados pela iniciativa privada, não caem das nuvens, nem são facilmente anunciados.

Como indústria de base, sua implantação depende de uma série de condicionantes, entre elas, incentivos fiscais, infraestrutura, disponibilidade de mão-de-obra e outros atrativos do poder público, como terrenos e acessos para viabilizá-los. Para tanto, os Estados travam uma verdadeira batalha na disputa de plantas industriais ainda nas pranchetas porque delas depende o desenvolvimento regional.

Enquanto isso, em Fortaleza, apesar das gestões e da diligência do governador Cid Gomes, ainda se discute a necessidade da construção do estaleiro na área do Titanzinho, que foi definida como a economicamente mais adequada para o empreendimento. Um estaleiro como o Promar Ceará, para se implantar, está na dependência de condições técnicas, como área abrigada sem grandes variações de maré, 700 metros de frente para o mar e calado mínimo de oito metros para navegabilidade das embarcações. A construção de navios de médio porte exige terreno de um milhão de metros quadrados. No litoral cearense, o único ajustado a essas necessidades é a ponta do Mucuripe.

O local de instalação do estaleiro é o principal item, para a vencedora da licitação assinar o contrato de construção de oito navios gaseiros. O prazo para a assinatura desse contrato se expira no próximo dia 30 de junho, quando a empresa deve ter em mão o respectivo documento de posse do terreno. Mas, até agora, a Prefeitura de Fortaleza não despertou para a necessidade econômica do empreendimento, protelando uma decisão que já deveria ter sido adotada. O Ceará não pode perder o estaleiro por divergências circunstanciais sobre a vocação da área do Titanzinho. Nenhuma personalidade pública, que tenha responsabilidade no exercício de sua função, há de aceitar o ônus pessoal pela perda desse investimento. Não há mais tempo a perder, o Ceará precisa do estaleiro”.

*** *** ***

Faço questão aqui de destacar os seguintes trechos:

- (…) Em Fortaleza, apesar das gestões e da diligência do governador Cid Gomes, ainda se discute a necessidade da construção do estaleiro na área do Titanzinho, que foi definida como a economicamente mais adequada para o empreendimento. Um estaleiro como o Promar Ceará, para se implantar, está na dependência de condições técnicas, como área abrigada sem grandes variações de maré, 700 metros de frente para o mar e calado mínimo de oito metros para navegabilidade das embarcações. A construção de navios de médio porte exige terreno de um milhão de metros quadrados. No litoral cearense, o único ajustado a essas necessidades é a ponta do Mucuripe.

- (…) Até agora, a Prefeitura de Fortaleza não despertou para a necessidade econômica do empreendimento, protelando uma decisão que já deveria ter sido adotada. O Ceará não pode perder o estaleiro por divergências circunstanciais sobre a vocação da área do Titanzinho.

- Nenhuma personalidade pública, que tenha responsabilidade no exercício de sua função, há de aceitar o ônus pessoal pela perda desse investimento. Não há mais tempo a perder, o Ceará precisa do estaleiro.

Roberto Maciel

http://blogs.diariodonordeste.com.br/roberto/uma-luz/comment-page-1/#comment-2452


segunda-feira, maio 31, 2010

A lógica de Deus



De maneira básica, popular, e com a ajuda do Aurélio, podemos definir lógica como: "a coerência de raciocínio, de idéias".

Biblicamente podemos afirmar que a lógica de Deus é inversamente proporcional à do homem. Ela é matemática e filosoficamente louca, mas, espiritual e divinamente sábia.

Vejamos:
Os gigantes do mundo são como Golias: grandes, fortes, soberbos, orgulhosos; confiam na própria força, no poder das armas, naquilo que é aparente.

Os gigantes de Deus são como o pequeno Davi: totalmente dependentes, reconhecem a própria fraqueza e confiam exclusivamente no Senhor.

Os gigantes do mundo firmam-se sobre os próprios pés. Os gigantes de Deus firmam-se sobre os joelhos, pois é de joelhos que o gigante de Deus é grande.

Na lógica divina os fracos é que são fortes (2 Cor 12:9-10). Na lógica humana isso é irracional. O mundo não aprecia os fracos, estes devem ser eliminados, somente o mais forte prevalece.

A lógica divina diz àquele que quer ser grande entre os seus irmãos: torne-se o menor de todos e sirva aos demais. A lógica humana abomina esta idéia, aquele que quer ser grande deve se impor, mostrar sua força, sua habilidade.

A lógica humana ensina a autopromoção. Deus diz: quem quer ser exaltado deve se humilhar, pois o que a si mesmo se exalta será humilhado.

Na lógica humana os conquistadores do mundo são os bravos, os guerreiros, os que impõem pela força a própria vontade. Na lógica de Deus os mansos são os que herdarão a terra.

Na lógica humana vence o maior exército. Deus costuma diminuir o exército, como fez com Gideão, antes que este alcance a vitória sobre o exército inimigo.

A lógica humana busca por meio dos prazeres, lícitos ou ilícitos, encontrar a felicidade. Faz o que for preciso para eliminar a tristeza e o choro. Deus na sua lógica diz: "Felizes os que choram, pois, eles serão consolados" (Mt 5:4).

Ame os que te amam; valorize quem te dá valor; alguém te fez mal? vingue-se, afinal, “a vingança é um prato que se come frio”. Esta é a lógica humana. Deus em sua lógica ensina: ame os seus inimigos, perdoe aqueles que te ofenderam, ore pelos que te perseguem.

A lógica humana diz: quanto mais se tem, melhor. Deus ensina: é melhor repartir do que receber.

Contrário à lógica humana Deus afirma que os últimos serão os primeiros; que ele não veio chamar justos, mas, pecadores; que não é o que entra no homem que contamina, mas o que sai, pois do coração provém toda imundície e maldade existente.

Assim, a sabedoria de Deus é vista pelo homem como louca, ela é humanamente ilógica. Por isso Deus a escondeu dos sábios e entendidos e revelou aos pequeninos, aos incultos, aos João-ninguém do mundo. Ele escolheu as coisas que não são para confundir as que são.

Os gregos, senhores da lógica, buscavam conhecimento. Os judeus, senhores dos oráculos, buscavam sinais. Diante deles se manifesta àquele que detém todos os tesouros da sabedoria. Ele se revela em glória aos pequeninos.

Os sábios e poderosos não o reconhecem, e rejeitam o Senhor da lógica, expulsando-o do mundo, para continuar na inútil busca por conhecimento e sinais.

Por isso, somente os que se deleitam na loucura divina entendem porque "naquela mesma hora exultou Jesus no Espírito Santo, e disse: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos; sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado?" (Lc 10:21)
*****

Jair Souza Leal
Belo Horizonte - MG

Formado em Teologia e Contabilidade. É acadêmico de Direito e autor dos livros “4 Homens e um Segredo”, “Milagres - como alcançá-los” e “Aprenda orar com Jesus”. Faz parte da liderança da Igreja Batista Memorial no Bairro Industrial em Contagem/MG.

segunda-feira, maio 03, 2010

Quanto custa?




Constantemente somos incentivados a comprar, em especial em datas comemorativas como Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças, etc. Celulares e câmeras digitais estão no topo da lista de compras, até as crianças querem trocar seus brinquedos por essas maravilhas tecnológicas. Porém perfumes, roupas e acessórios também são oferecidos pela mídia.


Na verdade não há nada de errado em dar presentes, até Jesus ganhou uns presentes quando nasceu. A grande questão é: Será que não estamos esquecendo as prioridades?


Para nos fazer pensar sobre o consumismo, que nos consome (que infeliz trocadilho), a ONG tcheca People in Need lançou uma campanha em 2006/2007 mostrando africanos que vivem abaixo da linha da pobreza posando para a câmera com ítens que muitos julgam necessários.


Enquanto se pagava na época 24 euros (56,474 reais) em um óculos de sol, uma pessoa na África precisa apenas de 8 euros (18,824 reais) para ter acesso à água. Enquanto se pagava 35 euros (82,359 reais) por uma loção pós barba, uma pessoa precisava apenas de 6,50 euros (15,295 reais) para o básico de um novo lar. Enquanto se pagava 32 euros (75,299 reais) por uma bolsa, uma pessoa precisava de apenas 4 euros (9,412 reais) para garantir a comida de uma semana.


Nós dois (David e Aurycélia) acreditamos que um sistema social tão injusto, onde as pessoas são incentivadas a terem mais para se sentirem melhores e superiores não considerando a necessidade do próximo, é uma afronta a Deus. O ter não estabelece quem eu sou, ou qual é o meu valor, ou qual é o valor do próximo. Nossa oração é que isto se torne uma verdade nos corações e que jovens e adolescentes, os principais alvos do consumismo, saibam que eles valem mais do que o comer ou o vestir.


Por Missionários David e Aurycélia - Jocum/Rio

quarta-feira, abril 28, 2010

A Dracma Perdida

Texto-base: Lucas 15:8-10

Em Lucas 15, encontramos um conjunto de parábolas semelhantes, que tratam do mesmo assunto: de coisas que perdemos e da busca que precisamos empreender para encontrá-las.

Podemos chamá-las de parábolas irmãs:

- a parábola da ovelha perdida;

- da dracma perdida;

- e do filho perdido;

Em todas elas, ao final, quando aquilo que era objeto da procura diligente dos envolvidos é encontrado, tem-se um motivo de alegria para os outros (os outros são convidados para se alegrar).

Em outras palavras, aquilo que Deus realiza em nós, aquilo que nos é restituído acaba por beneficiar, principalmente, os outros. Com a parábola da dracma perdida, a Palavra de Deus nos ensina que começamos a perder o noivo (Jesus) dentro de nossa casa. E o que nos faz perdê-lo não são grandes coisas, mas uma soma de pequenas coisas, e tudo isso dentro de casa. Nos dias em que esta história foi contada, havia um costume que funcionava como uma aliança entre os noivos. O noivo dava de presente um colar contendo dez dracmas para a noiva, o que atestava para a sociedade de então que aquela mulher, que deixava à mostra o colar quando transitava pelas ruas, estava comprometida com alguém, havia feito uma aliança com uma pessoa que seria seu futuro marido.

Em Apocalipse 19:7 diz:

“Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou”.

A noiva, enquanto espera o noivo, vai se ataviando, vai se preparando, vai se adornando para encontrar-se com ele. O versículo 8 diz que esses atavios, esses enfeites são os atos de justiça dos santos.

É exatamente o que vemos na parábola da dracma. É o próprio noivo quem se ocupa de ataviar a noiva. Se ela não está ataviada (com o colar) não pode se apresentar diante dele. Seria uma vergonha para a noiva sair nas ruas sem o colar com as dracmas, pois estaria sem o adorno que a faria reconhecida como noiva daquele com quem estava desposada. Ela seria repudiada pelo noivo. Ela precisa estar adornada para ele, vestida com a justiça que ele mesmo preparou para ela.

No entanto, existe um detalhe maior, observamos na parábola que a dracma não foi perdida na rua, mas em casa.

E o que isso vem a significar para nós? E o que isso vem nos dizer de tão importante? Que isso tem de diferencial nesta parábola?

Isso significa que deixamos de estar preparados para o noivo quando começamos a perder nosso enfeite dentro de casa. A mulher perdeu uma única dracma do colar que continha 10, no entanto era o que bastava para ela não sair às ruas, já que o colar estaria incompleto.

Nós poderíamos listar muitas coisas que temos perdido em casa: o respeito do marido pela esposa (e vice-versa), o carinho de um para com o outro; a falta de tempo de qualidade dedicado aos filhos; a falta de um altar de oração contínuo ao Senhor; a falta de ensino sistemático da Palavra de Deus aos filhos; a falta do sacerdócio do marido; a falta de sabedoria da esposa na edificação das coisas práticas do lar; o fato de os filhos deixarem de honrar os pais.

Enfim, são muitas coisas. Coisas estas que perderam o valor nos tempos de hoje, e muitas vezes nos perguntamos e questionamos: Por que Senhor isso aconteceu comigo? Fui sempre perfeito aos seus olhos? Sempre fui o melhor em casa, obedeci aos meus pais, etc? Mas, deixamos de fazer alguns detalhes. E isso é extremamente importante nas nossas vidas. Detalhes tão pequenos de nós dois.

Cada um de nós precisa identificar as dracmas que perdeu. Todas essas coisas e muitas outras contribuem para que o nosso enfeite, o nosso adorno para o noivo esteja comprometido. O noivo não nos receberá sem essas coisas.

O que precisamos fazer diante desse quadro? A parábola nos ensina: devemos acender a candeia, varrer a casa e sair à procura da dracma de maneira diligente (até encontrá-la). Precisamos esquadrinhar tudo, olhar em todos os cantos, iniciar um exame minucioso, vasculhar com apetite, e não descansar antes de termos de volta as dracmas que se perderam.

É interessante que, para uma família pobre como a da parábola, que, de dia, precisava acender uma candeia dentro de casa (o que atestava a simplicidade da residência que não possuía janelas), o próprio fato de acender a candeia (o consumo de azeite) já seria um gasto maior do que o da própria dracma (esta moeda grega equivalia ao denário romano, o salário correspondente ao pagamento de um dia de trabalho de um trabalhador médio).

Com essa providência, Deus nos convida a acender uma candeia dentro de casa, mesmo que o preço seja elevado. Afinal, o que está em vista é achar pequenas coisas que nos habilitem novamente a estarmos adornados, prontos para o noivo. E, como já dissemos, trata-se de pequenas coisas. Precisamos começar a acender uma candeia dentro de casa e a procurar diligentemente o que perdemos. Precisamos fazer vários resgates, do contrário continuaremos impedidos de nos relacionar intensamente com o noivo. É importante estar ciente de que a busca é diligente. Consumirá nossas forças, nosso tempo, nossa paciência. Não podemos desistir depois de uma leve “varrida”. Precisamos ir fundo. Dia a dia precisamos ir acendendo as candeias, até que elas se tornem um grande luzeiro e iluminem de maneira intensa os nossos lares e consigamos achar as dracmas que se haviam perdido. Isso leva tempo, mas os frutos são maravilhosos.

Depois de muito procurar, a noiva da parábola reúne as amigas e vizinhas para que se alegrem com ela. Outra vez a vemos despendendo recursos para comemorar que seguramente ultrapassavam o valor da dracma. Há um significado profundo aqui: quando achamos a dracma perdida, quando nosso lar está habilitado para o encontro com o noivo, e está perfeitamente gozando de intimidade e relacionamento intenso com ele, nossos vizinhos, amigos e conhecidos são os maiores beneficiados. O ajuste de nosso lar, o conserto de nossa casa, a arrumação de nossa família vai fazer com que outros se alegrem. Meu reencontro com o noivo beneficiará outros. Outros poderão se beneficiar da candeia que acendi em minha casa. Acendamos, portanto, a candeia! E mãos à obra: chegou a hora de procurar as dracmas!

Eládio Batista

quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Falecimento do Pastor Allison



Às 12 h e 15 min, dia 9 de fevereiro, foi confirmado o falecimento do nosso querido Pastor Allison.


O Boletim Médico

No dia 07 de fevereiro de 2010, ás 2:00 da manhã, Allison Silva, 47 anos, teve um quadro de cefaléia súbita, seguida de crises convulsivas reentrantes. Foi atendido pelos socorristas do SAMU e levado para o Hospital Regional de São José, na Grande Florianópolis, por dispor de uma excelente estrutura em termos de equipamento e equipe médica.

Ao ser admitido no hospital, foi entubado e medicado para as crises convulsivas. Foi realizada uma tomografia do crânio que evidenciou um acidente vascular hemorrágico por rotura de aneurisma.

A equipe médica convocou o neurocirurgião de plantão que após exame neurológico e análise das imagens de tomografia do crânio relatou que em razão da gravidade do caso, não haviam condições para cirurgia.

Desde então Allison recebeu medidas clínicas para hipertensão intracraniana e suporte clínico. Ele permaneceu em coma profundo, sem os reflexos primitivos de função de tronco cerebral (o tronco é o centro de comando para respiração, regulação de temperatura,e controle hemodinâmico).

No dia 8 de fevereiro de 2010, ás 14:20 foi realizado a primeira avaliação para verificar se havia morte encefálica, o que foi confirmado.

Ás 20:20 do mesmo dia 8, ele foi novamente examinado pelo neurologista para confirmar clinicamente se havia morte encefálica. Um dos exames, o teste de Apnéia foi inconclusivo de forma que deveria ser repetido no dia seguinte.

Hoje, dia 9 de fevereiro, em torno das 8:20 da manhã os exame forma repetidos e desta vez o teste de Apnéia confirmou o diagnóstico de morte encefálica.

Ao meio dia de hoje, será realizado um terceiro e último exame, a arteriografia cerebral, para uma última confirmação de morte encefálica.

A evolução do Allison tem sido acompanhada por médicos amigos. Maria de Nazaré da Cunha Gonçalves, José de Oliveira Dias Junior e Danielle Pessoa Lima e pelos pastores Marde Silva, Elienai Cabral Junior e Domingos Rodrigues Alves.

Às 12 h e 15 min, horário de Fortaleza e 13 h e 15 min, horário de Florianópolis foi confirmado, oficialmente, através do último exame, o falecimento do nosso querido Pr. Allison.
O sepultamento será amanhã em Florianópolis. Estamos aguardando a decisão da família quanto ao horário.
Igreja Betesda Aldeota

domingo, janeiro 17, 2010

O livro do Dessassossego - Fernando Pessoa

Releio passivamente, recebendo o que sinto como uma inspiração e um livramento, aquelas frases simples de Caeiro, na referência natural do que resulta do pequeno tamanho da sua aldeia. Dali, diz ele, porque é pequena, pode ver-se mais do mundo do que da cidade; e por isso a aldeia é maior que a cidade...
“Porque eu sou do tamanho do que vejo e não do tamanho da minha altura.”
Frases como estas, que parecem crescer sem vontade que as houvesse dito, limpam-me de toda a metafísica que espontaneamente acrescento à vida.
Depois de as ler, chego à minha janela sobre a rua estreita, olho o grande céu e os muitos astros, e sou livre com um esplendor alado cuja vibração me estremece no corpo todo.
“Sou do tamanho do que vejo!” Cada vez que penso esta frase com toda a atenção dos meus nervos, ela me parece mais destinada a reconstruir consteladamente o universo. “Sou do tamanho do que vejo!” Que grande posse mental vai desde o poço das emoções profundas até às altas estrelas que se refletem nele, e, assim, em certo modo, ali estão.
E já agora, consciente de saber ver, olho a vasta metafísica objetiva dos céus todos com uma segurança que me dá vontade de morrer cantando.
“Sou do tamanho do que vejo!” E o vago luar, inteiramente meu, começa a estragar de vago o azul meionegro do horizonte.
Tenho vontade de erguer os braços e gritar coisas de uma selvajaria ignorada, de dizer palavras aos mistérios altos, de afirmar uma nova personalidade largal aos grandes espaços da matéria vazia.
Mas recolho-me e abrando. “Sou do tamanho do que vejo!” E a frase fica-me sendo a alma inteira, encosto a ela todas as emoções que sinto, e sobre mim, por dentro, como sobre a cidade por fora, cai a paz indecifrável do luar duro que começa largo com o anoitecer.